O documentário “The Iran job” do realizador alemão Till Schauder foi um dos destaques da mais recente Berlinale.br br O filme segue a vida de Kevin Sheppard, jogador de basquetebol afro-americano contratado para jogar no Irão.br br As autoridades não autorizaram o projeto. O realizador fez-se passar por turista e filmou as cenas discretamente com uma pequena câmara.br br “O filme foi realizado sob uma espécie de sistema de radar das autoridades. Foi difícil tecnicamente, não tinha operador de som e tive de improvisar. Mas isso acabou por ter um impacto positivo no filme porque a minha relação com as pessoas que aparecem no filme foi mais intimista”, disse o realizador.br br O projeto arrancou com um orçamento próximo do zero. Em 2012, o realizador recebeu mais de cem mil dólares para acabar o filme, graças a uma campanha de recolha de fundos na Internet.br br O documentário foi filmado em pleno período de tensão diplomática entre Washington e Teerão mas, no dia-a-dia, o desportista norte-americano não sentiu hostilidade.br br “Tantos as experiências sociais, políticas como culturais foram diferentes do esperado. Ele sentiu que as pessoas o receberam de braços abertos, com hospitalidade, e não sentiu qualquer racismo pelo facto de ser negro”, salientou o realizador. br br Kevin Sheppard estabeleceu amizade com uma fisioterapeuta iraniana que vive hoje em Londres.br br “Prefiro não falar sobre o assunto mas não posso regressar ao país”br br O documentário estreou num número reduzido de salas de cinema nos Estados Unidos e está disponível na plataforma Netflix, na Internet.