O primeiro-ministro de Itália reagiu negativamente à carta da Comissão Europeia pedindo explicações sobre a tendência de crescimento do défice previsto para 2017.br br Matteo Renzi critica Bruxelas por não compreender o peso das despesas que o país enfrenta com o fluxo de refugiados e migrantes.br br O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, responde-lhe que “consideramos que os números não são adequados face ao esforço estrutural exigido pelo Conselho Europeu”. br br “Estamos muito conscientes, e o Conselho Europeu também, de que a Itália está na linha de frente do acolhimento aos refugiados e isso tem de ser tido em conta, mas temos de analisar os números”, acrescentou.br br Em 2017, a Itália deveria fazer um ajustamento de 0,6, mas o orçamento vai no sentido contrário. O défice foi de 1,2 do PIB em 2015, mas no ano que vai deverá chegar aos 1,6 do PIB.br br O governo invoca ainda a situação excecional da reconstrução da região atingida pelo terramoto de Agosto. br br Mas é na questão dos refugiados que se centra a eurodeputada socialista italiana Simona Bonafé: “Na realidade, a Itália já fez muito. O que temos vindo a dizer é que, se houvesse ajuda da União Europeia para as despesas com os migrantes, que a Itália está a suportar sozinha, então a Itália poderia apresentar contas diferentes”.br br O governo de Roma ameaça, mesmo, não dar o seu aval ao orçamento da União Europeia para 2017. br br Matteo Renzi diz que os Estados-membros que se recusam a acolher a sua quota de refugiados deveriam sofrer cortes nas transferências de fundos comunitários que recebem.